28 agosto, 2008

Uma nova Guerra Fria?????????

Mais uma alfinetada trocada entre as duas potências máximas do período da Guerra Fria [EUA e Rússia , na época URSS] agita a mídia internacional.

Antes pelos EUA comparando o socialismo russo ao nazismo alemão [assunto comentado em reportagem citada na postagem Alfinetada norte-americana: revivendo a Guerra fria? de 26 de julho de 2008, nesse blog] agora é a vez da Rússia dar o troco: acusa os EUA de provocar o conflito na Geórgia, fazendo esta atacar a região separatista [Ossétia do Sul]. A reação de Moscou à ofensiva se deve ao apoio dado ao pequeno território e a manutenção de forças de paz na região.

O motivo alegado pelo Kremlin seria o benefício a um dos candidatos à Casa Branca nas próximas eleições. Putin explicou que o conflito desviaria a atenção dos eleitores quanto aos conflitos no Iraque e no Afeganistão e das suas preocupações em relação à situação econômica dos Estados Unidos, o que beneficiaria o candidato republicano, John McCain.

Os EUA desmentem, claro, chamando as acusações de Putin de irracionais e dizendo que o seu serviço de informação [fonte da acusação de Putin] estava lhe prestando um péssimo serviço.
Com a tensão criada, a porta voz da Casa Branca comentou a possibilidade de anular o pacto de cooperação nuclear civil com a Rússia. O
pacto destina-se a desenvolver relações comerciais no setor nuclear civil entre os países sem prejudicar a luta contra a proliferação nuclear armamentista.

Agora, pela situação na região do Cáucaso, a Rússia corre o risco de sofrer sanções impostas pela União Européia [UE] já que o país foi bastante criticado por diversos outros pelas decisões em relação ao conflito. Isso, agravado pela falta de apoio de seus
parceiros asiáticos na Organização para Cooperação de Xangai (SCO, na sigla em inglês) no reconhecimento às independências da Ossétia do Sul e da Abkásia.

E para colocar um pouco mais de pimenta no tempero, em meio às tensões ao redor do assunto, a Rússia anuncia o sucesso de um teste feito com um míssil balístico intercontinental chamado Topol, que seria capaz de furar defesas anti-mísseis.

Um fato percebido por quem quer que esteja acompanhando o noticiário é que as picuinhas entre EUA e Rússia estão reaparecendo e ficando mais freqüentes. Em encontro em Beijing, no período das Olimpíadas, os dois líderes, Bush e Putin, "na paz olímpica" conversaram, e segundo o que disse Putin, Bush afirmou não querer guerra...essa é nova...

As "agulhadas" trocadas entre os países e essa demonstração de poder bélico dada pela Rússia recentemente fazem lembrar muito do período em que o mundo viveu a tensão da Guerra Fria, quando as duas potências disputavam a hegemonia no poder mundial e viviam de trocas de críticas aos seus modelos econômicos, espionagem,
demonstrações armamentistas e intervenção em conflitos internos de outros países, cada um apoiando um lado, provocando na população mundial o medo de não existir mundo no dia seguinte pela possibilidade latente de uma guerra nuclear.

E outro ponto preocupante é que, se já naquela época, havia a possibilidade do planeta ser varrido com uma guerra nuclear, hoje, com a atual tecnologia e as 31 mil armas nucleares existentes, [4,6 mil delas podendo ser detonadas em poucos minutos] ocorrendo uma guerra dessas, não sobra nem o pó, pois todas juntas são 200 mil vezes mais poderosas que a bomba que atingiu Hiroshima em 1945 ,tendo capacidade, se houvesse a possibilidade, de destruir a Terra umas 40 vezes.

Agora é pedir para que os ânimos sejam apaziguados e se evite o crescimento das tensões, para que, da lembrança da Guerra Fria, não passe para a chapa quente, porque senão, quem vai ser frito somos nós.


Ana Patrícia

Baseado em:

http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=1006068
http://www.estadao.com.br/internacional/not_int232355,0.htm
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u438852.shtml
http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/0,,OI3142578-EI294,00.html
http://www.adpf.org.br/modules/news/article.php?storyid=18439

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