Geórgia rompe relações diplomáticas com a Rússia
Sex, 29 Ago, 06h06TBILISI (AFP) - A Geórgia decidiu "romper relações diplomáticas" com a Rússia, anunciou nesta sexta-feira o vice-ministro georgiano das Relações Exteriores, Grigol Vashadze. A decisão acontece três dias depois de Moscou ter reconhecido formalmente a independência das províncias separatistas da Ossétia do Sul e da Abkházia.
"Não manteremos mais relações diplomáticas com Moscou e, segundo a Convenção de Viena, os diplomatas russos devem deixar a Geórgia", declarou o vice-ministro.
"Seria bastante incômodo manter relações com um país num momento em que esse país "vai ampliar relações diplomáticas com a Ossétia do Sul e a Abkházia", disse por sua vez a ministra das Relações Exteriores da Geórgia, Eka Tkeshelashvili, durante visita a Noruega.
"Lamentamos esse paso dado pelo lado georgiano. Não ajudará as relações bilaterais. "O possível rompimento não é uma decisão de Moscou, e Tbilisi terá de arcar com toda a responsabilidade" disse Andrei Nesterenko, porta-voz do ministério russo das Relaçõnes Exteriores, segundo a agência de notícias russa Interfax.
A Geórgia já havia anunciado anteriormente que iria reduzir o número de funcionários na Embaixada de Moscou e que seu embaixador, que foi retirado da Rússia no mês passado, não iria retornar ao posto.
A Interfax havia divulgado informação de que Moscou deverá assinar na próxima semana um acordo para estabelecer bases militares na Ossétia do Sul.
Ainda segundo a Interfax, o ministro do Exterior da Abkházia, Sergei Shamba, teria dito que a província "poderá se tornar parte de um estado unificado da Rússia e da Belarus".
O gesto de Tbilisi se produz a três dias da reunião de presidentes e chefes de governo da União Européia em Bruxelas para avaliar suas relações com Moscou depois dos últimos acontecimintos.
O ministro de Relações Exteriores francês, Bernard Kouchner, disse que o bloco de 27 países considerava impor sanções a Moscou, mas uma fonte da presidência da UE, representada neste semestre pela França, afirmou que os países ainda estavam em "fase de diálogo" com Moscou, não de "sanções".
Já o primeiro-ministro russo Vladimir Putin pediu à União Européia julgar de maneira "verdadeiramente objetiva" a crise russo-georgiana e a adotar uma "posição razoável" em relação a Moscou durante a cúpula extraordinária prevista para segunda-feira em Bruxelas.
Putin falou sobre o assunto em entrevista ao canal de televisão alemã ARD realizada em Sochi (Rússia).
"O assunto das sanções não nos é indiferente. Esperamos que se imponha a razão", declarou.
Putin afirmou que as tropas russas vão se retirar da "zona tampão" em território georgiano assim que a situação se acalmar.
"Não temos nenhuma intenção de manter nossas tropas a longo prazo nas zonas de segurança em torno da Ossétia do Sul e da Abkházia", disse, acrescentando que Moscou desejava ver nessas regiões observadores da UE, União Européia, e da OSCE, Organização para a Segurança e Cooperação na Europa.
Em outro frente, a chancelaria russa emitiu uma irada reação a críticas do grupo de sete países mais industrializados (G7) pela decisão de Moscou de reconhecer a independência da Abkházia e da Ossétia do Sul, não reconhecendo à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) qualquer "direito moral" de julgá-la.
"Esta postura é tendenciosa e tenta justificar as ações agressivas da Geórgia", acrescenta.
Os chanceleres dos países do G7 afirmaram na quarta-feira, em uma declaração conjunta, que a "decisão da Rússia (de reconhecer Abkházia e Ossétia do Sul) coloca em dúvida seu compromisso com a paz e a segurança no Cáucaso".
"Condenamos o excessivo uso da força militar por parte da Rússia e sua contínua ocupação de partes da Geórgia", destacava a declaração do G7, formado por Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Alemanha, Itália, Japão e Canadá.
FONTE: http://br.noticias.yahoo.com/s/afp/r__ssia_ge__rgia_conflito
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