Rússia desafia Ocidente e faz alerta antes de cúpula da UE sobre Geórgia
O governo russo desafiou neste domingo os países ocidentais, ao insistir em sua posição sobre a crise na Geórgia. Os russos afirmaram ainda que também pode impor sanções. O presidente russo, Dimitri Medvedev, lançou essa advertência na véspera de uma cúpula da UE (União Européia), em Bruxelas, para estudar uma resposta para a intervenção russa na Geórgia.
Na cúpula da UE, os líderes europeus têm a intenção de fazer uma reavaliação das relações com Moscou e acordar uma série de medidas, embora a França, país que preside a UE neste semestre, já tenha informado que não serão consideradas sanções contra os russos.
Em entrevista concedida à televisão russa, Medvedev afirmou que "não é partidário das sanções". Por isso, a Rússia as adota apenas "em casos extremos". Além disso, segundo ele, a imposição de tais medidas requer a adoção de leis especiais. Mas "faz falta, também podemos adotar esse tipo de lei", disse Medvedev, embora ele mesmo tenha classificado essa opção de "contraproducente".
Ele disse também deixou que "não há volta" em sua decisão de reconhecer as duas regiões separatistas georgianas da Ossétia do Sul e da Abhkázia como Estados independentes, algo que os países ocidentais condenam abertamente. "Tomei essa decisão e não há volta", afirmou.
A Rússia pretende assinar acordos com os dois territórios, na próxima semana, que permitirão a Moscou estabelecer bases militares em ambos, assim como detalhar áreas para uma possível cooperação.
Medvedev voltou a atacar Washington, ao afirmar que seu país "não pode aceitar um sistema mundial, onde todas as decisões são tomadas por um único país, inclusive se for tão importante como os Estados Unidos". "Um mundo assim é instável e comporta ameaças de conflitos".
Neste domingo, as tropas russas continuavam mantendo posições no oeste da Geórgia. Moscou afirma que se trata de uma missão de manutenção de paz, enquanto o governo georgiano denuncia que é uma força de ocupação.
"Verdade"
Sobre a presença e a intervenção russa na Geórgia, o primeiro-ministro Vladimir Putin voltou a se pronunciar neste domingo, afirmando que seu país agiu "plenamente" de acordo com o Direito Internacional. "A verdade está do lado russo", afirmou Putin, em entrevista à rede de TV russa Vesti-24.
Depois, o primeiro-ministro declarou que a Rússia não tem intenção de limitar suas exportações de petróleo e gás para a Europa, mas irá "diversificá-las".
A ministra georgiana das Relações Exteriores, Eka Keshelashvili, disse hoje, em Istambul, que "a hostilidade militar" da Rússia "pode causar um efeito dominó" em outros países da região, como a Ucrânia, e descartou um diálogo em curto prazo entre Tbilisi e Moscou.
Em artigo publicado neste domingo pelo jornal "The Observer", o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, destacou que os líderes europeus "devem rever sua relação com a Rússia". Também pediu que adotem medidas para reduzir a dependência européia do gás e do petróleo russos.
Na tentativa de promover sua causa, Medvedev falou por telefone com o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, amigo próximo de Putin.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u439895.shtml
O governo russo desafiou neste domingo os países ocidentais, ao insistir em sua posição sobre a crise na Geórgia. Os russos afirmaram ainda que também pode impor sanções. O presidente russo, Dimitri Medvedev, lançou essa advertência na véspera de uma cúpula da UE (União Européia), em Bruxelas, para estudar uma resposta para a intervenção russa na Geórgia.
Na cúpula da UE, os líderes europeus têm a intenção de fazer uma reavaliação das relações com Moscou e acordar uma série de medidas, embora a França, país que preside a UE neste semestre, já tenha informado que não serão consideradas sanções contra os russos.
Em entrevista concedida à televisão russa, Medvedev afirmou que "não é partidário das sanções". Por isso, a Rússia as adota apenas "em casos extremos". Além disso, segundo ele, a imposição de tais medidas requer a adoção de leis especiais. Mas "faz falta, também podemos adotar esse tipo de lei", disse Medvedev, embora ele mesmo tenha classificado essa opção de "contraproducente".
Ele disse também deixou que "não há volta" em sua decisão de reconhecer as duas regiões separatistas georgianas da Ossétia do Sul e da Abhkázia como Estados independentes, algo que os países ocidentais condenam abertamente. "Tomei essa decisão e não há volta", afirmou.
A Rússia pretende assinar acordos com os dois territórios, na próxima semana, que permitirão a Moscou estabelecer bases militares em ambos, assim como detalhar áreas para uma possível cooperação.
Medvedev voltou a atacar Washington, ao afirmar que seu país "não pode aceitar um sistema mundial, onde todas as decisões são tomadas por um único país, inclusive se for tão importante como os Estados Unidos". "Um mundo assim é instável e comporta ameaças de conflitos".
Neste domingo, as tropas russas continuavam mantendo posições no oeste da Geórgia. Moscou afirma que se trata de uma missão de manutenção de paz, enquanto o governo georgiano denuncia que é uma força de ocupação.
"Verdade"
Sobre a presença e a intervenção russa na Geórgia, o primeiro-ministro Vladimir Putin voltou a se pronunciar neste domingo, afirmando que seu país agiu "plenamente" de acordo com o Direito Internacional. "A verdade está do lado russo", afirmou Putin, em entrevista à rede de TV russa Vesti-24.
Depois, o primeiro-ministro declarou que a Rússia não tem intenção de limitar suas exportações de petróleo e gás para a Europa, mas irá "diversificá-las".
A ministra georgiana das Relações Exteriores, Eka Keshelashvili, disse hoje, em Istambul, que "a hostilidade militar" da Rússia "pode causar um efeito dominó" em outros países da região, como a Ucrânia, e descartou um diálogo em curto prazo entre Tbilisi e Moscou.
Em artigo publicado neste domingo pelo jornal "The Observer", o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, destacou que os líderes europeus "devem rever sua relação com a Rússia". Também pediu que adotem medidas para reduzir a dependência européia do gás e do petróleo russos.
Na tentativa de promover sua causa, Medvedev falou por telefone com o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, amigo próximo de Putin.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u439895.shtml
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