BARILOCHE, Argentina (AFP) - Os presidentes participantes da cúpula da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) chegaram a um acordo na última sexta-feira em relação à crise criada por pactos militares assinados por Washington e Bogotá. O compromisso estabelecido, sem mencionar os Estados Unidos ou a Colômbia, exige garantias de que as tropas extrarregionais não representem uma ameaça.
A presença de tropas estrangeiras não deve constituir uma ameaça para a soberania regional, afirmaram, depois de um debate de sete horas sobre o uso de bases militares colombianas pelos Estados Unidos, na cidade argentina de Bariloche.
O acordo inclui, também, uma chamada para "uma reunião extraordinária de ministros das Relações Exteriores e da Defesa, para que (...) apresentem medidas de fomento da confiança e da segurança", segundo a declaração final do encontro.
Os doze países membros da Unasul expressaram, além disso, sua vontade de "reafirmar o compromisso de fortalecer a luta e a cooperação contra o terrorismo e a delinquência organizada (...), o tráfico de armas e a ação de grupos armados à margem da lei".
O texto final revelou um delicado equilíbrio, que reflete concessões feitas por todas as partes sobre o tema em debate.
"Respeitamos a soberania de cada país. Mas queremos nos resguardar, seria importante que no tratado existam garantias jurídicas ou um fórum internacional para isso", disse o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, ao expor sua posição sobre a presença militar americana na região.
Durante o encontro, vários presidentes sul-americanos pediram ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que revele o alcance do pacto militar subscrito com a Colômbia.
Brasil, Argentina, Equador e Peru foram as nações que pediram explicações com maior ímpeto.
Durante a cúpula, foi aprovado um documento reafirmando que a presença de tropas extrarregionais não pode ameaçar a soberania dos países membros nem a paz regional.
Destacam-se no texto as decisões de:
. Fortalecer a América do Sul como zona de paz, assumindo o compromisso de estabelecer um mecanismo de confiança mútua em matéria de defesa e segurança, sustentando a decisão de não recorrer à ameaça ou ao uso da força contra a integridade territorial de outro Estado da Unasul.
. Reafirmar o compromisso de fortalecer a luta e a cooperação contra o terrorismo e a deliquência transnacional organizada e seus crimes conexos: narcotráfico, tráfico de armas pequenas e leves e rejeição à presença ou ação de grupos armados à margem da lei.
. Reafirmar que a presença de forças militares estrangeiras não pode, com seus meios e recursos vinculados a objetivos próprios, ameaçar a soberania e a integridade de qualquer nação sul-americana e, em consequência, a paz e a segurança da região.
. Os presidentes se dispuseram a instruir o Conselho Sul-Americano da Defesa a analisar o texto elaborado nos EUA sobre "Estratégia Sul-Americana. Livro Branco, Comando de Mobilidade Aérea (AMC)" que menciona o uso da base aérea colombiana de Palanquero (centro), como centro nevrálgico para operações na América do Sul.
Palanquero é uma das sete bases colombianas incluídas no acordo entre Washington e Bogotá.
FONTE: http://br.noticias.yahoo.com/Esse tema foi tratado na cúpula devido a um pacto militar firmado entre Colômbia e EUA no início do mês de agosto.
Ver em:
Acordo militar entre EUA e Colômbia preocupa região
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