10 setembro, 2009
Santa Catarina: tornados e vendavais
O Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri/Ciram) confirmou na quarta-feira (09/09) que três tornados atingiram três cidades de Santa Catarina durante a madrugada, causando mortes, ferimentos e desabamentos. As cidades atingidas foram Guaraciaba, Santa Cecília e Salto Zeloso.
De acordo com a metereologista Francine Gomes, do Epagri/Ciram, os tornados atingiram a categoria F1 na Escala Fujita de classificação de tornados - que vai de F0 a F6 -, com ventos entre 120 a 180 km/h.
De acordo com Gomes, ainda estão em estudo se outras localidades podem ter tido tornados em Santa Catarina. "Não se pode descartar que pode ter tido", disse. Em outros locais do Estado, segundo ela, foram registrados ventos acima de 100 km/h, o que pode caracterizar um tornado.
Para confirmar os tornados, foi feita uma análise dos estragos causados pelos ventos, já que não havia imagens que confirmassem o fênomeno, que aconteceu no período da noite. "Foi feita essa análise dos estragos causados pelos ventos. Não registramos a ocorrência dele, o funil propriamente dito, mas outra forma de determinar se houve ou não um tornado é pelos estragos que ele provoca, como estruturas retorcidas, árvores cortadas ao meio, quando parece que veio um machado e cortou, ou um rastro de maior destruição, carros virados ao contrário", detalhou a especialista.
Segundo a metereologista, três fatores atuando ao mesmo tempo favoreceram a formação dos tornados em SC. "Foi uma tarde muito quente, a temperatura máxima chegou a 32ºC em Itapiranga, cidade vizinha de Guaraciaba, foi uma dia abafado, com disponibilidade de umidade no ar, e a chegada de frente fria que já tinha causado estragos no sul favoreceu a formação de nuvens com desenvolvimento vertical, que são nuvens de tempestade", explicou.
Ela disse que não há possobilidade de o tornado que atingiu a Argentina ser o mesmo que chegou a Guaraciaba, cidade bem próxima à fronteira. "Pode ser uma área grande de instabilidade que formou vários tornados. Um tornado não tem tempo de vida útil para atingir vários municípios ao mesmo tempo", afirmou. Segundo ela, a nuvem que dá origem e um tornado se forma e se dissipa em uma hora. "O tornado, em sim, se forma e se dissipa, em média em 20 minutos", completou.
NÚMEROS DA TRAGÉDIA
Segundo a Defesa Civil do Estado, o número de feridos chegou a 138, com a morte de quatro pessoas, em 46 municípios catarinenses atingidos pelas fortes chuvas e ventos. Em todo o Estado, 1.163 pessoas perderam suas casas e 7.046 tiveram que deixar o local onde moravam, em razão de risco na estrutura.
A Defesa Civil calcula que pelo menos 54 mil pessoas tenham sido afetadas. Em Abelardo Luz, 3.000 ficaram desalojados após a forte chuva de granizo que provocou prejuízos em pelo menos 2.012 edificações. "A previsão de chuvas intensas para o restante da semana ainda preocupa. A possibilidade de acúmulo de água no solo mantém o alerta", afirma o diretor da Defesa Civil de Santa Catarina, major Márcio Luiz Alves. Mais de 10.000 edificações foram abaladas. Os prejuízos são de pelo menos R$ 50 milhões.
FONTE: http://noticias.bol.uol.com.br/
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